segunda-feira, 28 de março de 2011

SBT é o que mais perde jornalistas para a concorrência

A batalha pela audiência é, e sempre foi, o principal assunto discutido nas mesas de reunião dos executivos da televisão brasileira. A qualidade cada vez mais baixa das produções nacionais faz com que os principais esforços em melhorias acabem indo sempre para um determinado setor, fazendo com que outros acabem caindo em esquecimento. Durante anos, uma das maiores emissoras de TV do país deixou de lado seu jornalismo, anos a fio com produtos comprados de fora e sem a devida atenção necessária. Isso mudou depois de algumas contratações milionárias, investimentos aqui e ali e, finalmente, pode-se ter o gosto de um jornalismo forte e vibrante, com o peso da credibilidade e o reconhecimento do mercado novamente.

Mais nem tudo são flores, ou nem tudo virou festa. A (falta de) direção de jornalismo do SBT ultimamente vem contando suas perdas tanto em audiência, quanto na perda de profissionais. A debandada geral que assusta o SBT tem como papel determinante as melhores condições, melhor estrutura, maior reconhecimento, visibilidade e principalmente, melhor proposta financeira das concorrentes.

Proporcionalmente, é a emissora que mais perde profissionais do ramo entre as grandes redes de TV do país, um fato alarmante.

Em alguns casos, por mais incrível que possa parecer, jornalistas com currículos invejáveis e donos dos prêmios mais concorridos no ramo, são descartados pelo canal. Apenas como exemplos desse descaso, temos as jornalistas Ana Paula Padrão, com uma experiência grande no hard news e persuasão incrível nas reportagens e  Bianca Vasconcelos, que além de grandes matérias realizadas para os telejornais da emissora, foi a vencedora do “Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica”, com uma série de reportagens muito bem elogiada pelos profissionais.

Abaixo, apenas alguns dos tantos profissionais perdidos para a concorrência, e outros que lamentavelmente não tiveram o devido reconhecimento. Nota-se que, se levarmos em conta os vários profissionais de afiliadas Brasil afora, e outros que simplesmente prestavam serviços freelancer (como Mariana Kotscho e Maria Manso, ex-Globo) mais que tinham presença constantes nos telejornais e jornalísticos de rede, o número aumenta ainda mais. Listamos apenas aqueles que faziam parte do “primeiro escalão” de repórteres do SBT Brasil e do Jornal do SBT:

Além desses, temos Fred Justo, um ex-repórter do SBT em Brasília que hoje apresenta vários jornalísticos locais da Globo na capital federal.

Ana Carolina Abar, ex-editora de internacional do Jornal do SBT que é correspondente na Globo News.

Caroline Keller, ex-repórter do fracassado “Olha Você”, que trabalha agora no programa “Hoje em Dia” da Record.

E uma lamentável (pra não dizer burrice pura, por parte da emissora) foi a demissão de Izabella Camargo, uma das agradáveis revelações do jornalismo televisivo que ficou somente 6 dias no canal. Contratada para a nova versão do “Olha Você”, Izabella foi uma das novidades da repaginada da revista eletrônica. Não deu certo, o programa foi retirado do ar e a jornalista mandada embora. Felizmente, Izabella pode mostrar todo seu potencial na rede Bandeirantes onde já trabalhou nas principais coberturas.

Podemos contar também os vários profissionais que estão atrás das câmeras como diretores, editores…

O que fica é a grande dúvida que cerca esse tipo de comportamento na emissora. Como querem qualidade, credibilidade e principalmente audiência se os bons profissionais acabam escolhendo caminhos diferentes pra suas carreiras? Não é tão complicado entender.